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sábado, 17 de julho de 2010

TEATRO... NEM NO HORIZONTE !


NADA DE TEATRO
by José Roberto Martins
zerobertomartins@uol.com.br

O tempo passa, a classe artística reclama, os grandes atores se recusam a se apresentar nos palcos campineiros, a sociedade exige uma atitude, este cronista se rói de inveja da vizinha Paulínia e nada!!!

Por mais que se veja coisas positivas em Campinas — e existem aos montes —, um imenso vazio ainda é capaz de falar mais alto.

Nossa cidade comemora 236 anos e não tem um teatro à sua altura! Aliás, nem tem teatro!

O velho Casablanca, travestido de teatro, morre de saudade dos tempos em que era um bom cinema... Hoje, o pobre não é nem uma coisa, nem outra. O teatro Castro Mendes em que foi transformado, não passa de um arremedo, sem condições estruturais para exercer a função! E o coitado não tem culpa nenhuma! Simplesmente não foi concebido para ser teatro!

Os intelectuais fazem campanhas, a população vive o problema de não ter um teatro na cidade e o poder público campineiro, muito mais preocupado em badalar o presidente e sua candidata, vira as costas para a questão e Campinas que se dane.

A impressão é que cultura é supérfluo para essa gente. Não adianta tapar o sol com a peneira fazendo um eventozinho cultural aqui e ali. A cidade precisa é de um teatro de verdade, que possa abrigar grandes espetáculos, super produções, coisas que Campinas merece e das quais sente falta. Há público, mas, não há grandes eventos!

Alguém em sã consciência poderia pensar que o sucesso do pólo cultural de Paulínia se deve à população de Paulínia? Claro que não! A ousada Paulínia tem apenas 85 mil habitantes, enquanto Campinas, a carente de teatro, tem mais de um milhão e cem mil!

Fica evidente, então, que quem alimenta os espetáculos apresentados na nossa orgulhosa — e com razão — vizinha é o público campineiro! O orgulho de sua cultura — marca registrada do povo de Campinas — migrou para Paulínia.

A nossa querida cidade, então, entra ano sai ano, vê seus aniversários se sucedendo sem nem uma nesga, uma réstia que seja de esperança.

A administração municipal embarcou no sonho faraônico do trem de altas velocidade e deixou de lado as necessidades culturais do povo campineiro, seus anseios, sua vontade de resgatar sua fama de cidade culta.

Tempo houve em que as turnês de todos os grandes espetáculos começavam por Campinas. A reação do público campineiro funcionava como uma espécie de termômetro que media a aceitação de cada peça, de cada musical, de cada show.

Era o que a publicidade chama de mercado–teste. Campinas gostou? Então, vai ser sucesso nacional!

E agora? Um re re remendado Castro Mendes e o teatro do Centro de Convivência, onde refletores caem na cabeça dos artistas, goteiras se multiplicam, o mofo toma conta e os morcegos voam no palco durante as apresentações!

Que tempos são estes?

Em tempo: Na semana passada, escrevi que o Brasil havia ficado na frente da Argentina na classificação geral da Copa do Mundo. Foi um erro de comunicação. Quem ficou na frente foi a Argentina. Mais um fracasso da seleção de Dunga!

José Roberto Martins é radialista e professor.
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COMENTÁRIO DA DENISE:
Vem de encontro a tudo o que penso.
Paulínia está brilhando radiosamente ! Por que ?
Porque investiu e construiu um Theatro de se tirar o chapéu.
Agora, está colhendo e colherá generosos frutos !
E nós, os campineiros, ficamos a chupar o dedo.
50 anos SEM teatro !!!
O cinema que virou teatro nem dá pra ganhar um comentário. É uma piada sem graça.
O outro, que recebe o inadequado nome de teatro, diz-se que foi reformado, mas a semana passava ví logo no salão da entrada, enormes "decorações" art-nouveau criadas pela natureza-da-infiltração. Desenhos fantásticos, acho até que são goteiras.
Muita gente da administração pública deveria pegar carona neste trem de alta velocidade, por sinal, coisa de primeiro mundo, e voltar para o lugar de onde veio.
Quem sabe assim, os campineiros arregaçam as mangas e vão à luta, para que Campinas tenha um Theatro com letra maiúscula e com "h", como fez Paulínia.

Há que se tomar este "fast" trem, porque Paulínia, com 85.000 habitantes já escancarou a boca e já está engolindo Campinas com seus esnobes "mais de um milhão e cem mil" campineiros.

Estamos passando pela garganta de Paulínia e descendo a seco !!!!!!!!!!
Plantamos.... estamos colhendo, ou melhor, sem colheita !
PARABÉNS NOVAMENTE, PAULÍNIA !

RUN, CAMPINAS, move quickly !!!!!!!!!!!!!!!!!!
"Errar é útil", como diz Zélia Duncan.
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FRASE DO DIA:


"REFAZER É ÓTIMO" (Zélia Duncan)
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