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segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

CRIANÇA QUE LÊ


CRIANÇA QUE LÊ
Eny Souza

         Fico feliz quando vejo uma criança que gosta de ler.
Eu me tornei uma leitora as 8 anos, quando ganhei o livro
‘Meninas Rebeldes’ que já nem lembro quem escreveu.
A partir daí, não havia livro que chegasse para mim.
Leio de tudo, até bula de remédio com aquelas letrinhas pequeninhas.
Mas não é isso que eu queria contar.
Já me aconteceu de sair com dinheiro para comprar um par de sapatos e voltar sem os sapatos novos, mas com dois ou três livros na sacola.
Chego a imaginar que os livros são sapatos que me levarão a lugares onde nenhum sapato me levará. Parece coisa de velha caduca. Será?
O livro me leva a terras distantes, a lugares que jamais conhecerei, lugares que só existem na imaginação do autor. Me leva a passear no passado, entrar em castelos e casebres. Me conta sobre a vida das pessoas. Fico frente a frente com o bandido, o mocinho, a mocinha. Tem fantasmas também, monstros, seres de outros planetas, vampiros, animais perigosos, homens perigosos...
Estes sapatos-livros me levam a Deus, aos Santos e aos Anjos.
A gente tem cinco sentidos. Certo? Visão, audição, olfato, tato, paladar.
Pois eu uso estes cinco sentidos quando compro um novo livro.

 Olho bem a capa, o desenho e o colorido, o formato das letras no título. Viro e reviro o livro e fico olhando, como uma mãe que olha o filho recém-nascido.
Depois, abro o livro, pego um maço de folhas e deixo escapar aos poucos da minha mão, só para ouvir o som de uma folha batendo na outra. Plac...plac...plac...plac...
E os meus ouvidos gostam deste som. É como música.
Estão me acompanhando? De visão e audição eu já falei.
Em seguida, eu levo o livro ao nariz e é tão bom o cheiro de um livro novo. Tem perfume de papel e de tinta de impressão.
                    Depois, eu passo uma mão, levemente, sobre uma página do livro para sentir a textura do papel. Alguns tem as folhas lisinhas e são como carícias. Outros tem as folhas mais ásperas e provocam um leve arrepio no meu braço
Então, o olfato e o tato eu já descrevi.
Agora vou falar do paladar. Nãããooo!!!! Não pensem que eu vou comer o livro para sentir o gosto.
Depois de examinar todo o livro, eu vou comer letra por letra, palavra por palavra, e saborear uma história.
Por isso, minhas crianças, leiam... leiam...leiam... Quem lê aprende a se comunicar, a escrever, a ter opinião própria.
A leitura é remédio para a mente e o espírito.
E o livro é um amigo sempre à nossa disposição. Vamos tratá-lo com respeito e carinho.
FRASE DA VEZ:
 "A leitura é uma fonte inesgotável de prazer mas por incrível que pareça, a quase totalidade, não sente esta sede." (Carlos Drummond de Andrade)


VEM CÁ, QUERIDA !...


3 comentários:

  1. Que bom Denise! Você trouxe o texto da Eny para o blog. Eu me apaixonei pelo texto.
    "Qual Ioga, qual nada! A melhor ginástica respiratória que existe é a leitura, em voz alta, dos Lusíadas.
    Mário Quintana

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  2. Denise, fiquei lisonjeada por teres trazido meu texto para teu blog. Escrevi para os netos e outras crianças com as quais convivo.
    As imagens que usaste valorizaram muito o texto.
    Eny

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  3. Cresci lendo, lendo ...
    De livros infantis à antiga Revista Realidade ...
    Continuo lendo
    e não me arrependo.
    Bjs

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