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quarta-feira, 8 de junho de 2011

CARLOS GOMES - HERÓI DA PÁTRIA



 Para homenagear CARLOS GOMES em seu mes de nascimento, o deputado federal Paulo Freire dará entrada esta semana no Congresso Nacional em Brasília, a este projeto de lei:
 Panteão da Liberdade e da Democracia - Brasília


PROJETO DE LEI DE 2011

(Do Sr. PAULO FREIRE)
Inscreve o nome do Maestro Antônio Carlos Gomes no Livro dos Heróis da Pátria.

O Congresso Nacional decreta:
Art. 1º Será inscrito no Livro dos Heróis da Pátria, que se encontra no Panteão da Liberdade e da Democracia, em Brasília, o nome do Maestro Antônio Carlos Gomes.
Art. 2º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

JUSTIFICAÇÃO
A história de uma nação não é feita apenas pelos governantes (reis, presidentes, primeiro-ministro), líderes políticos e militares. Artistas, cientistas e intelectuais constroem também o país, por meio de suas obras que enaltecem a identidade cultural de uma nação.
Respaldado nesse princípio é que estamos apresentando nesta Casa, projeto de lei que objetiva inscrever o nome de Carlos Gomes (1887-1959) no “Livro dos Heróis da Pátria”; em 2003, tal iniciativa foi apresentada pelo ínclito ex-Deputado Elimar Máximo Damasceno sendo a matéria arquivada em 2007 ao final da legislatura.
Antônio Carlos Gomes nasceu em Campinas no ano de 1836, aprendeu com o pai, o músico Manoel José Gomes a tocar os primeiros instrumentos musicais (clarineta e violino). Na adolescência, constituiu com seus irmãos uma banda familiar com o intuito de animar bailes. Em 1860, já morando em São Paulo, compôs a modinha "Quem sabe?", que se tornou famosa. Nesse mesmo ano, viajou para a então capital do País, a cidade do Rio de Janeiro, onde se matriculou no Conservatório de Música. Nessa instituição, encenou suas primeiras óperas: "A Noite do Castelo" (1861) e "Joanna de Flandres" (1863). Esta última lhe valeu uma bolsa de estudos concedida pelo Imperador D. Pedro II que, como mecenas, patrocinou seus estudos em Milão, na Itália.
Em 1863, diplomou-se como maestro e ganhou projeção internacional ao apresentar no Teatro Scala, de Milão, a ópera "O Guarani”, inspirada no livro homônimo do escritor José de Alencar. Ainda na Itália, escreveu, entre outras, as óperas "Fosca" (1873) e "O Escravo" (1888), consideradas suas obras-primas.
Retornando ao Brasil em 1880, fez uma turnê pelo País na Excursão Lírica Tomás Passini e por onde passava era recebido com pompa e homenagem em reconhecimento ao seu trabalho de maior operista brasileiro.
Em 1889, ocorreu a estréia da ópera "O Escravo" no Teatro Lírico do Rio de Janeiro, patrocinada pela Princesa Isabel. Já doente, recebeu convite para dirigir a Escola de Música de Veneza.                        
De fato, a visão de herói como a de alguém que se sacrifica, às vezes com a própria vida, em prol do seu próximo, é restrita e está hoje ultrapassada. Herói é isso, sim, mas é também quem, com seus atos e sua obra, eleva o homem, dignificando-o e resgatando-o ao patamar da essência do que é verdadeiramente humano. E esse resgate tem o valor de um salvamento - retirar o homem dos escombros de uma vida tediosa, vazia e cheia de percalços, dando a ele o alimento do conhecimento, do belo, do sublime. Em 1896, veio a falecer em Belém.

Ora, colegas parlamentares, é esse precisamente o papel das artes, da ciência, da filosofia: dar a todos nós a possibilidade de tocar o inefável por meio das conquistas do saber e do cultivo do senso estético e moral.
Afinal, Carlos Gomes, com sua arte musical e dramática não apenas projetou o Brasil, em pleno século XIX, no cenário musical internacional, especialmente no fechado círculo operístico da época, mas também continua a nos enlevar nas emoções estéticas de suas magníficas composições, muitas delas evocativas das nossas belezas e riquezas como nação. E isso sabe bem, foi fruto da coragem, da determinação e dos sacrifícios, inclusive pessoais, de um jovem músico interiorano que soube conquistar o
mundo com sua arte.
Carlos Gomes integra, portanto, uma galeria de heróis nacionais que permanecem como exemplos para todas as gerações do que é possível alcançar por meio do trabalho artístico.
Se aprovarmos essa proposição legislativa, será a primeira vez que o nome de um artista figurará ao lado de outros “heróis nacionais”. Com esse ato, o parlamento Brasileiro demonstra que a memória nacional se constrói, mediante o reconhecimento do papel dos artistas, cientistas e intelectuais na história do País.
                               Sala das Sessões, em       de julho de 2011.



Deputado PAULO FREIRE

PR - SP

JARDIM JAPONÊS 




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