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terça-feira, 27 de setembro de 2011

GENOMA DE RÉPTEIS


 

EVOLUÇÃO DOS VERTEBRADOS
Uma equipe liderada por pesquisadores do Broad Institute, nos EUA, decifrou o genoma de um dos primeiros répteis da Terra: o lagarto Anolis verde (Anolis carolinenesis). O trabalho, descrito no periódico científico especializado Nature, ajuda na compreensão da evolução dos mamíferos e de outros vertebrados cujos ovos se adaptaram à reprodução fora do ambiente marinho. “As pessoas têm sequenciado animais de diferentes partes da árvore genealógica dos vertebrados, mas os lagartos ainda não tinham sido analisados antes”, explica Kerstin Lindblad-Toh, diretor científico de biologia do genoma de vertebrados no Broad Institute e autor sênior do artigo. 
Os pesquisadores afirmam que o surgimento do ovo amniótico - que contém o líquido necessário para o desenvolvimento do embrião - foi uma das maiores inovações da história da vida, pois permitiu a conquista do meio terrestre. Por meio deles, vertebrados não precisavam mais encontrar depósitos de água para se reproduzirem. Assim, há 320 milhões de anos, vertebrados "amniotas" se separaram em duas linhagens: mamíferos e répteis – onde estariam incluídas as aves. O análise do material genético de espécies como o Anolis podem dar pistas de como tudo aconteceu.  
Embora muito se saiba sobre essa espécie em termos de biologia e comportamento, informações genéticas podem ser também cruciais para o entendimento de como lagartos se tornaram tão diversos no mundo. Além disso, podem explicar a origem de certas regiões do genoma humano que atualmente não aparentam ter nenhuma função específica - como elementos não codificantes do DNA (pseudogenes). É possível que eles tenham tido um papel relevante no passado. "Às vezes é preciso se distanciar um pouco para aprender como o genoma humano evoluiu", diz Jessica Alfoldi, principal autora do artigo. 


Os cientistas supunham que esses elementos, inalterados há milênios, podiam ter origem nos antigos elementos de transposição - pequenos segmentos capazes de se mover dentro do DNA e que podem ter sido copiados em múltiplos exemplares no interior do genoma humano. Jessica Alfodi explica que, no lagarto, os genes ‘continuam saltando de um lado para o outro’ dentro do genoma. Ao comparar os elementos móveis do genoma do lagarto com o DNA humano, a equipe descobriu que uma centena de elementos não codificantes do genoma humano descende desses ‘genes saltadores’.
O genoma do lagarto Anolis verde contém dezoito pares de cromossomos, dos quais doze de tamanho pequeno (microcromossomos), como o cromossomo sexual X. Os cientistas descobriram ainda muitos genes relacionados com a visão das cores nos lagartos, que podem perceber ultravioletas - diferentemente dos seres humanos.

BANHO DE SOL





 

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