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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

O BELO CARNAVAL DE VENEZA


A REQUINTADA FESTA DE VENEZA
O Carnaval de Veneza surge a partir da tradição do século XVII, onde a nobreza se disfarçava para sair e misturar-se com o povo. Desde então as máscaras são o elemento mais importante deste carnaval. Há no entanto registos de folguedos carnavalescos de 1268.
 
A festa carnavalesca de Veneza tem duração de 10 dias. Durante as noites realizam-se bailes em salões e as companhias conhecidas como compagnie della calza realizam desfiles pela cidade. Entre as mais conhecidas estão Os Antigos e Os Ardentes.
Os trajes que se usam são característicos do século XVIII, e são comuns as maschera nobile, ou seja, máscaras nobres, caretas brancas com roupa de seda negra e chapéu de três pontas. Desde 1979 foram sendo somadas outras cores aos trajes, embora as máscaras continuem a ser brancas, prateadas e douradas.
Em 1797 Veneza passou a fazer parte do Reino Lombardo-Vêneto, quando Napoleão Bonaparte assinou o tratado de Campo Formio. No que diz respeito ao Carnaval, os festejos foram proibidos. No ano seguinte os austríacos tomaram conta da cidade.
 
Os festejos só foram restabelecidos em 1979 de forma oficial, após quase dois séculos de ausência. Desde então a festa faz-se nos dias antes da Quaresma.
No Brasil o Carnaval de Veneza mais famoso é durante a Festa da Gastronomia em Nova Veneza, Santa Catarina. 
 Em Veneza o Carnaval começava oficialmente com o Liston delle Maschere, o caminho das máscaras, que era o passeio dado pelos habitantes que, elegantemente vestidos e usando as suas máscaras, expunham as suas riquezas em sedas e jóias. 
Primeiro pelo Campo de Santo Stefano e mais tarde pela Praça de S. Marcos, por este último local ser mais espaçoso, para trás e para a frente, desfilavam repetidamente até acabarem no restaurante ou no teatro. 
A "Bauta", de cor branca, é considerada a máscara tradicional de Veneza, a qual permitia ao seu dono comer e beber sem a retirar, sendo usada também durante todo o ano para proteger a identidade e permitir os encontros românticos. 
A "Moretta", máscara exclusivamente feminina, foi uma das mais famosas, apesar de ser segura, através de um botão, pelos dentes da frente, o que impunha às mulheres um silêncio forçado muito do apreço dos homens.
As touradas ao estilo de Pamplona, introduzidas em Veneza no século XVII, foram muito populares até ao início do século XIX. Tinham lugar desde o primeiro dia até ao último domingo de Carnaval, excepto à sexta-feira, cada dia numa parte diferente da cidade, começando logo após o almoço. 
Outra prática interessante era o patinar no gelo dos canais de Veneza, o que demonstra bem o tipo de condições atmosféricas desses tempos. 


Os espetáculos de marionetes agradavam imenso à população e eram uma forma de vender bálsamos milagrosos e o elixir da longa vida. 
O carnaval era uma ótima oportunidade para conhecer novos amores e uma das formas de fazer a côrte às mulheres; era a prática de atirar ovos perfumados, cheios de água de rosas, às casas das eleitas, mas também aos espectadores, às damas da sua preferência e aos maridos dessas
"Mattatccino" era o nome dado às máscaras dos jovens atiradores de ovos ficando a ser um dos personagens típicos do Carnaval de Veneza.
Estes ovos perfumados, que existiam em grande variedade, chegaram a ser grande moda e eram vendidos nas ruas pelos mercadores.
Existem hoje em Veneza cerca de dois mil fabricantes de máscaras, verdadeiras obras de arte feitas de couro, papel maché, alumínio ou seda.
Requintadas, como a maschera noble, ou absurdascomo o taracco da Commedia Dell'arte, são absolutamente imprescindíveis ao ambiente de ilusão feérica vivido no grande palco de personagens irreais em que Veneza se transforma durante o Carnaval
O entusiasmo e a folia continuam no Carnaval de hoje, grande atração turística que chama à cidade um sem-número de estrangeiros que nem a inflação dos preços dos hotéis consegue desencorajar. 
Nas ruas, os trajes e as máscaras continuam exuberantes e magníficos e o auge da festa é atingido no fogo-de-artifício de terça-feira à noite, após o qual os ânimos desmaiam no rescaldo dos despojos do festim que ainda mantém o seu carácter sensual e pagão de celebração da Primavera.
 O Carnaval de Veneza, cidade idílica localizada na Itália, é totalmente diverso da idéia que se tem desta festa. É uma celebração mítica e seduz um número infinito de visitantes que se concentram todos os anos nas cercanias da Praça São Marcos, apesar das baixas temperaturas e dos constantes prenúncios de marés altas que invadem sem maiores pudores as cercanias da Piazza.
Esta festa carnavalesca tem uma feição muito pessoal, um movimento peculiar, distinto de qualquer outro Carnaval. Ao contrário de outras comemorações desta natureza, que nascem principalmente da mobilização popular, esta celebração é originalmente um ritual promovido pela elite financeira e cultural, embora seja igualmente dedicada ao prazer dos sentidos.
Ela se caracteriza pelo uso intensivo de máscaras e figurinos que tentam reproduzir o estilo dos nobres que viveram nos séculos XVII e XVIII, ou os modelos apresentados pelos personagens da Commedia Dell’Arte – representações teatrais muito comuns na Itália e por toda a Europa do século XVI até a metade do século XVIII, as quais celebrizaram os personagens até hoje tão cultuados, pierrôs, colombinas e arlequins.
Em fins do século XI o Carnaval de Veneza figurava nos registros como festas que se prolongavam ao longo de seis meses. O uso de máscaras havia se tornado tão habitual que foi preciso criar leis para regular sua frequente utilização. Muitos contraventores e assassinos se ocultavam por trás delas e várias pessoas cometiam adultério ou praticavam atos de sedução, protegidas pelo anonimato. 
Elas foram inclusive proibidas no começo do século XVII.
Este carnaval, tão esperado a cada ano por seus fãs, tão criticado por outros, quase foi eliminado do cenário europeu no século XIX. 
Mas da década de 80 para cá esta festa tem sido resgatada e cada vez mais estimulada pelo Estado, embora ela não seja de natureza oficial, e sim um fruto do empreendimento pessoal dos foliões. 
Cada pessoa liberta neste momento os devaneios reprimidos o ano todo, a vontade de se transformar em um determinado personagem.
A Praça de São Marcos é invadida pelo povo e por turistas, enquanto a elite se refugia nas majestosas mansões e nos castelos do Gran Canale, onde ocorrem também requintadas festas nas quais não faltam a champanhe mais cara e as orquestras mais refinadas. 
Os integrantes das altas camadas sociais ocupam os salões de festas dos luxuosos hotéis de Veneza, ornamentados com motivos extraídos de trechos das óperas de Verdi. Eles bailam ao som de valsas, tarantelas e agora com maior frequência ao ritmo do samba. 
Enquanto isso, o povo se solta nas ruas transbordantes de gente.
As máscaras são normalmente muito caras, mas há sempre alternativas que contemplam o bolso de cada um. 
Há também a possibilidade de se alugar um traje e de procurar, entre tantos artesãos que povoam a cidade, máscaras mais singelas, como as produzidas com um material conhecido como ‘cartapesta’ – misto de gesso e pasta de papel. 
Para quem tem um poder aquisitivo maior, há também as mais elaboradas, imersas em metal e ornamentadas com prata e ouro. 
A mais consumida é a famosa ‘bauta’, máscara branca no formato de um bico, complementada por um chapéu de três pontas, um casaco amplo e uma capa preta tecida com seda, a qual reveste os ombros e o pescoço, reproduzindo desta forma a imagem do nobre de Veneza.

 Estas duas últimas fotos de Veneza são de nossa viagem em 2009: tinha acabado de comprar esta máscara, que não foi barata, mas haviam máscaras muito mais caras que a que comprei. (a data louca da câmera, foi de alguma besteira que fiz na hora...)
 
 PIERROT
 















































































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