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terça-feira, 3 de julho de 2012

CARLOS GOMES ROUBADO NOVAMENTE

 

Talismã de paulistanos é roubado de escultura que representa personagem de ópera de CARLOS GOMES na Capital 

 Monumento do personagem 'Condor' sem parte do dedo médio, roubado

A estátua Condor, personagem homônimo de uma das óperas do maestro campineiro CARLOS GOMES, localizada na Praça Ramos de Azevedo, no Centro de São Paulo, foi alvo de vândalos no final de semana. Parte do dedo médio da mão esquerda da obra, considerado o dedo da sorte, foi arrancada. Reza a lenda urbana paulistana que a escultura dá sorte a quem toca o dedo.

A crendice popular era levada a sério e aquela parte do monumento, feito em bronze, já apresentava sinais de desgaste. Em respeito à tradição, este foi o único detalhe da estátua que não havia sido restaurado pela Prefeitura no ano passado.
O monumento, de 1922, é de autoria do arquiteto italiano Luigi Brizzolara e retrata uma figura masculina inclinada sobre o corrimão da escada na Praça Ramos de Azevedo, na esplanada do Theatro Municipal, que dá acesso ao Vale do Anhangabaú.
A figura faz parte do conjunto de esculturas de Brizzolara conhecido como Fonte dos Desejos Glória, que também inclui a estátua de CARLOS GOMES e mais 12 monumentos em mármore, bronze e granito, representando a música, a poesia e alguns dos personagens de óperas do compositor. Foi uma homenagem da comunidade italiana ao Centenário de Independência do Brasil, comemorado naquele ano.
Condor é considerada a última ópera composta por CARLOS GOMES, que estreou no Teatro Scala de Milão em fevereiro de 1891 e conta a história de amor entre Condor, um chefe dos rebeldes contrários ao poder, e a rainha Odaléa, que termina de forma trágica com o suicídio de Condor.

RECONSTRUÇÃO DE UM MITO 
Léa Ziggiatti 
 Está na hora de reconstruírmos Carlos Gomes. Está mais do que na hora. Afinal, Campinas seguiu uma trilha equivocada e triste nos últimos anos... Vamos esquecer isso.
Vamos readquirir a força, a confiança, a crença de que fomos privilegiados em ter convivido com a presença, em nossa terra, desse gênio da música, que inspirou seus próprios conterrâneos, que aceitou o desafio de enfrentar o mundo e acreditar em uma música que, pela força de seus ritmos e pela originalidade do seu povo, poderia sacudir a indiferença de todos por um país selvagem, chamado Brasil !
Até mesmo na Coluna do Leitor, encontrei Carlos Gomes, acontecendo através da sensibilidade de um Alberto Leite, que não conheço, mas que me emocionou ao dizer o quanto é balançado todas as vezes que atravessa a Praça da Matriz do Carmo e depara com a figura de Carlos Gomes, dominando todos, de cima do seu monumento.
Falou também que a sua vontade naquele momento é de fazer mais desse homem, de ouvir a sua música em um grande concerto, com uma grande orquestra que estivesse tocando naquela praça... Falou o quanto faria bem um instante como esse para todos que estivessem passando por ali, naquele momento. Pensei então como talvez as comemorações de Carlos Gomes que, geralmente começam em setembro, pudessem tentar realizar o sonho do Alberto.
De alguma forma, esse sonho já vem atingindo a nós que vimos discutindo semprte o que fazer para homenagear Carlos Gomes, no mes de sua morte.
De certa maneira, até mesmo a propaganda veiculada na televisão, mostrando - seria por acaso ? - o túnulo de Carlos Gomes sendo restaurado e limpo, nos emocionou também, dando sinais de qual seria a linha que deveria ser tomada. Restaurar o monumento-túmulo, com todo o seu brilho e sua pompa, reviver momentos de glória que ali vivemos em épocas passadas, talvez seja o primeiro passo a ser dado. E, daí para a frente, recuperar para Campinas todos os seus coretos, até mesmo o que foi retirado às pressas da praça em frente ao Castro Mendes, sdando-lhes aparência de novos e fazer, dentro deles, a música de Carlos Gomes.
Redimir as bandas do seu ocaso e indiferença, agora que temos uma Banda Municipal fazendo boa música e tentando formar novos conjuntos, inventando variações para os vários temas criados pelo nosso eterno compositor e ainda tão desconhecidos de todos nós.
Forte e vitoriosa, a imagem leonina do nosso regente, empunhando a arma que usou para enfrentar desafios, a batuta que acompanhou a sua solidão na Itália, para poder cumprir o seu destino de música, que fez dele o maior compositor de música lírica do nosso país.
Quando você, Alberto Leite, estava falando em nome do povo anônimo que passa pelas praças. E foi, de fato, uma inspiração para nós, pela sua lembrança. É o povo de Campinas que merece conhecer, na sua plenitude, o gênio que nasceu nesta cidade.
Está na hora de dar a Carlos Gomes as festividades que ele merece. Recheadas totalmente com a sua música, com a sua história, com a tradição da sua família,  lembrando a criança prodígio que foi, participando das bandas desde muito cedo, vivendo, com um pequeno instrumento de percussão, toda a herança artística de seu pai.
Temos, no Centro de Campinas, todo o cenário de que precisamos para que setembro seja sempre um mes de evocação dessa personalidade única: temos o monumento com a magnífica figura do nosso conterrâneo, temos o seu museu, bem próximo do seu túmulo, temos a Banda, cuja sede também fica ali pertinho, temos o Instituto Carlos Gomes, que é vizinho do jardim, que também leva o seu nome, temos uma orquetra que resiste bravamente a uma crise sem precedentes, sem lugar para ensaios e sem um teatro para se apresentar, temos instituições que se reúnem em torno do seu nome e que sabem que precisam continuar lutando para preservar a sua glória.
Se temos tudo isso, Campinas, está na hora de empunharmos também uma batuta para reger todo esse coro fiel a Carlos Gomes, que anseia conhecer e ouvir esse gênio que, infelizmente, é ainda um grande desconhecido, em sua própria terra.


COMENTÁRIO DA DENISE:
 Na Villa Brasilia de CARLOS GOMES (a casa que ele construiu na Itália - também chamada de Villa Bianca e Villa Gomes) hoje Scuola di Musica di Lecco - 2012

Até onde desceremos ? Roubaram a placa onde antes foi a casa onde o grande maestro nasceu, deixando no lugar um vazio ilógico; roubaram o dedo da estátua de sua ópera “Condor”, deixando-a dolorosamente mutilada; roubaram as correntes de seu monumento-túmulo e depredaram os títulos de suas óperas que ali repousam; roubaram-lhe originais de lugares supostamente seguros, mas ao que tudo indica não o são; roubaram-lhe o sonho de morrer em sua terra; roubam as oportunidades de vermos sua obra executada em seu próprio país. 
 Nos jardins de Villa Brasilia - 2012 (à dir. o trecho da linha ferroviária, cujo terreno foi doado à Companhia Ferroviária, pois, fazia parte do terreno todo de Villa Brasilia)

Desculpem, mas não acredito em remissão de nada, no que se refere a CARLOS GOMES... esforços hercúleos foram e continuam sendo feitos por gente que ama CARLOS GOMES verdadeiramente (como é o caso do pessoal da ABAL, que não foi merecidamente citado no texto acima), mas Campinas é uma cidade morta ou está em coma profundo, pois, não reage a nenhum toque, acho mesmo que nem uma porrada bem dada funcionaria ! O escândalo Dr. Hélio e primeira-lama, quer dizer, primeira-dama deu em nada !
Campinas deu seu último suspiro, quando deixou de ter os arremedos de teatro que teimava em ter. Campinas acabou para a cultura há já um bom tempo.
Nada se constrói em cima de corrupção e interesses particulares de uns e outros, nada ressurge se não existe amor e esta cidade não ama ninguém.
Abre as pernas a todo e qualquer forasteiro que lhe faz a corte. É uma cidade rameira, que se vende por dinheiro.
 Ao lado do busto de Antonio Ghislanzoni, libretista e amigo de CARLOS GOMES

Com excessão dos campineiros de bem, que ainda esperam milagres... os forasteiros que aqui chegam encontram terreno mais que fértil para a canalhice.
 O que se pode esperar de uma cidade que tem uma orquestra e que jogou no lixo os nomes de campineiros valorosos que a fundaram, como o maestro João di Tullio e Salvador Bovi ? E mais ainda, deixa sua orquestra sem abrigo !
Na Europa isso não existe !  As orquestras européias fazem parte da vida das pessoas, do ar que elas respiram.
Já foi dito que Campinas vive uma maldição há muito tempo.
E maldições não podem ser revogadas até que um poder espiritual superior intervenha trazendo libertação. Vamos esperar por ele ?
 Rua Carlo Gomez que passa ao lado de Villa Brasilia - 2012

Em Lecco, Itália, existe a Villa Gomes, que honra sua memória para sempre. Quando é que abriremos nossos olhos para o que é nosso ? Venturosamente, genialidade não se rouba, então, jamais irão poder empalmar a luz do menino-gênio !  
 No famoso coreto de Villa Brasilia, onde aconteciam grandes apresentações dos amigos de CARLOS GOMES e do próprio anfitrião

 Escultura de Peri, presenteado a CARLOS GOMES por causa da ópera 'O Guarani' e que ficava na entrada da casa
Escultura do Cacique, presenteado a CARLOS GOMES por causa da ópera 'O Guarani' e que ficava na entrada da casa 

 Nos jardins de Villa Brasilia - 2012

A bela Villa Brasilia de CARLOS GOMES - 2012

ILHADO


5 comentários:

  1. Não sei o que dizer, além de endossar suas palavras. É desalentador. E agora, para fechar com chave de ouro, nosso arremedo de prefeito vem anunciar o arrendamento do complexo do Centro de Convivência a uma empresa particular, que, segundo ele, deverá investir R$ 20 milhões para a recuperação dos espaços.
    Acreditam vcs que, se ficar bom e começar a funcionar, os ingressos e parte, pelo menos, das atividades serão acessíveis ao povo menos agraciado? Porque cultura deve ser para todos. É a educação de 1º mundo. Será como as estradas e o pedágio....Ande 200km e terá desenbolsado por volta de R$ 50,00. Os ingressos também. Liliana

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  2. Os cariocas estão indignados com os ataques ao monumento em honra de Carlos Gomes. No Rio, o Theatro Municipal retirou se minumento do lugar que o baritono Paulo Fortes o colocou. Arte e músicos estão mesmo deszprotegidos.

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  3. Carmen Lins de Carvalho5 de julho de 2012 às 15:14

    Causa indignação mesmo! A policia está investigando?

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